Horas de medo e desespero que terminaram com as ruas da comunidade banhada de sangue e lágrimas de dezenas de famílias que ainda tentam entender como uma operação policial pode deixar 28 pessoas mortas, entre elas um agente da Polícia Civil. A incursão da polícia na comunidade aconteceu na manhã desta quinta-feira (6) e considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Parentes dos mortos na operação acusam os policiais de terem executado os moradores da comunidade do Jacarezinho. Diante do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro (IML), parentes que aguardavam a identificação e a liberação dos corpos dividiam suas dores e histórias ainda em choque com tudo o que aconteceu.
Entre as pessoas que estavam em frente ao IML, estava Rosiane Mendes, tia de John Jefferson Mendes Rufino da Silva, de 30 anos, mostrava as mensagens que ele trocou com a irmã antes de ser morto.
Em uma das mensagens enviadas para a irmã Ingrid, John pediu que orasse por ele, pois estava encurralado dentro de casa. Ingrid então pede para que ele não saia do local de jeito nenhum, a mensagem foi enviada às 8h15 da manhã.
Outra história muito parecida foi contada por Anderson Araújo sobre o sobrinho Marlon, de acordo com ele o rapaz foi encontrado morto junto com outros corpos na casa onde várias pessoas foram encontradas mortas.
“Ele ligou para a minha irmã umas 8h20 falando que estava preso na casa, que não conseguia sair. Depois, umas 8h30, ele mandou uma mensagem com a voz falando baixinho: “Mãe, ora por mim”, disse ele e depois não respondeu mais.
Os familiares acreditam que as mensagens mostram o horário em que as vítimas foram mortas, eles estavam acuados e tinham a clara intenção de se entregar.
“E daí se ele tinha envolvimento ou não? Tinha que pegar, levar e prender. Não matar. Mãe nenhuma pare traficante, não. Mãe, pare gente e mãe nenhuma merece isso”, disse uma das parentes.
Via: g1.globo.com